Equipamento de excelência inaugurado no Seixal

Oficina de Artes <br>Manuel Cargaleiro

A Ofi­cina de Artes Ma­nuel Car­ga­leiro, edi­fício pro­jec­tado pelo ar­qui­tecto Siza Vi­eira, na Quinta da Fi­dalga, Ar­ren­tela, já abriu ao pú­blico.

«Equi­pa­mento cul­tural de enorme sig­ni­fi­cado e al­cance»

«Hoje, mais uma vez, es­tamos a fazer his­tória no con­celho do Seixal», afirmou Jo­a­quim Santos, pre­si­dente da Câ­mara Mu­ni­cipal, na ce­ri­mónia de aber­tura da Ofi­cina de Artes, re­a­li­zada no dia 17.

Este é «um equi­pa­mento cul­tural de enorme sig­ni­fi­cado e al­cance, que une duas fi­guras mai­ores da arte e da ar­qui­tec­tura», des­tacou, fri­sando, no en­tanto, que «houve um longo per­curso que teve que ser per­cor­rido, com vá­rios in­ter­ve­ni­entes que me­recem uma re­fe­rência».

Re­feria-se, em pri­meiro lugar, ao mestre Ma­nuel Car­ga­leiro, «grande im­pul­si­o­nador deste pro­jecto, que sempre en­carou cada di­fi­cul­dade e obs­tá­culo com uma enorme tran­qui­li­dade e um sor­riso que nos trouxe até este dia», mas também ao ar­qui­tecto Siza Vi­eira e à sua equipa, pelo «ex­ce­lente» tra­balho que de­sen­volveu e que «mar­cará para sempre a ar­qui­tec­tura no Seixal». Os agra­de­ci­mentos es­ten­deram-se, entre muitos ou­tros, aos eleitos do con­celho, ao ve­re­ador com o pe­louro da Cul­tura e aos tra­ba­lha­dores da au­tar­quia.

«No con­celho do Seixal ten­tamos ma­te­ri­a­lizar o di­reito das po­pu­la­ções à Cul­tura no quadro das nossas com­pe­tên­cias e no cum­pri­mento da Cons­ti­tuição da Re­pú­blica», re­feriu Jo­a­quim Santos, su­bli­nhando que «este novo equi­pa­mento vem ocupar um lugar ci­meiro na oferta cul­tural do con­celho e será, cer­ta­mente, mais um atrac­tivo para a re­gião e para o País». «Con­si­de­ramos que a Cul­tura não é um custo», mas sim «um in­ves­ti­mento na ele­vação da con­dição hu­mana», con­cluiu.

Cri­ação ar­tís­tica

De se­guida, Ma­nuel Car­ga­leiro, muito bem dis­posto, con­fessou que não gosta de fazer dis­cursos, mas de pintar, o que «ar­rancou» ras­gados sor­risos da cara dos muitos que ali se en­con­travam.

Na­quele que disse ser «um acon­te­ci­mento tão im­por­tante» para a sua vida, re­velou que há «muitos anos so­nhava» com a Ofi­cina de Artes. «Es­pero que seja o início de um pro­jecto de for­mação pro­fis­si­onal, tanto da parte dos azu­lejos, como da parte da mar­ce­naria», apelou, ma­ni­fes­tando estar «fe­li­cís­simo por ver este mo­nu­mento aqui, no Seixal».

Álvaro Siza Vi­eira re­cordou, por seu lado, que há 26 anos o mestre Ma­nuel Car­ga­leiro o tinha con­vi­dado para par­ti­cipar na­quele pro­jecto, des­ti­nado, na al­tura, para Lisboa. Para o Seixal, pro­jectou um edi­fício que se ca­rac­te­riza por uma ar­ti­cu­lação har­mo­niosa entre os di­fe­rentes ele­mentos ar­qui­tec­tó­nicos e os es­paços en­vol­ventes.

De­sen­vol­vendo-se numa única planta, a vo­lu­me­tria que­brada do edi­fício pre­tende criar uma sequência de es­paços in­te­ri­ores e ex­te­ri­ores que ca­rac­te­rizam a Ofi­cina de Artes. O átrio dá acesso ao balcão de re­cepção e à sala de ex­po­si­ções. A ar­ti­cu­lação dos es­paços ex­po­si­tivos em «S» per­mite a even­tual sub­di­visão por pai­néis des­mon­tá­veis, com en­vi­dra­çados cui­da­do­sa­mente co­lo­cados de forma a con­trolar a en­trada de luz na­tural.

Mas «como é que de­se­nham um museu à obra de Ma­nuel Car­ga­leiro e, no edi­fício, não apa­recem azu­lejos?», in­ter­rogou o ar­qui­tecto, res­pon­dendo: «A con­dição mais ne­ces­sária num museu con­tem­po­râneo é de aber­tura às múl­ti­plas ac­ti­vi­dades que se es­pera que virão. Dentro deste pro­grama, não cabia pôr azu­lejos fixos, que aqui fi­cassem como ca­rac­te­ri­zação da obra.» «É pre­ciso que haja um ritmo de ex­po­si­ções, senão o museu fi­caria um de­pó­sito de al­guma obra de Ma­nuel Car­ga­leiro e não é isso que se pre­tende», ex­plicou.

Em ex­po­sição

Na sexta-feira, 17, foi inau­gu­rada uma ex­po­sição do mestre Ma­nuel Car­ga­leiro, com­posta por re­pro­du­ções de pai­néis de azu­lejo de oito obras em­ble­má­ticas do ar­tista, como a fa­chada do Ins­ti­tuto Franco-Por­tu­guês (Lisboa) e a es­tação do metro de Champs Ely­sées-Cle­men­ceau (Paris). A mostra reúne ainda tra­ba­lhos de azu­lejo de Siza Vi­eira, dando a co­nhecer um lado menos co­nhe­cido do ar­qui­tecto.

Pro­mover a arte

Para além de ex­po­si­ções tem­po­rá­rias com tra­ba­lhos de azu­le­jaria, ce­râ­mica e pin­tura, Ma­nuel Car­ga­leiro irá par­ti­lhar obras da sua co­lecção de arte.

Dar voz a ou­tros ar­tistas e ainda pro­mover a for­mação ar­tís­tica através de ofi­cinas e ate­liês é outro dos ob­jec­tivos deste equi­pa­mento.

O Ser­viço Edu­ca­tivo da Ofi­cina de Artes Ma­nuel Car­ga­leiro irá de­sen­volver ini­ci­a­tivas de pro­moção da arte junto dos mais novos, as­se­gu­rando, no en­tanto, pro­gramas e ac­ti­vi­dades para uma grande va­ri­e­dade de pú­blicos.




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